O Retrato Oval "Edgar Allan Poe" - por Amanda Vieira.

Versão do "Edgar Allan Poe".
“Era uma donzela de raríssima beleza, não mais encantadora do que cheia de alegria. Má foi a hora em que viu, amou e desposou o pintor. Ele, apaixonado, estudioso, austero, e tendo já na sua Arte uma esposa; ela, uma donzela de raríssima beleza, não mais encantadora do que cheia de alegria; toda luz e sorrisos, e travessa como uma corça nova; amando e acarinhando todas as coisas; odiando apenas a Arte, sua rival; temendo só a paleta, os pincéis e outros desfavoráveis instrumentos que a privavam do rosto de seu amado. Era, portanto, uma coisa terrível para essa dama ouvir o pintor falar de seu desejo de retratar justo sua jovem esposa. No entanto, ela era humilde e obediente, e posou submissa por muitas semanas na escura e alta câmara do torreão, onde a luz caía somente do teto sobre a pálida tela. Mas ele, o pintor, glorificava-se com sua obra, que continuava hora após hora, dia após dia. E era um homem apaixonado, impetuoso e taciturno, que se perdia em devaneios; de maneira que não queria ver que a luz espectral que caía naquele torreão isolado debilitava a saúde e a vivacidade de sua esposa, que definhava visivelmente para todos, exceto para ele. Contudo, ela continuava a sorrir imóvel, docilmente, porque viu que o pintor (que tinha grande renome) adquiriu um fervoroso e ardente prazer em sua tarefa e trabalhava dia e noite para pintar a que tanto o amava, aquela que a cada dia ficava mais desalentada e fraca. E, em verdade, alguns que viram o retrato falaram, em voz baixa, de sua semelhança como de uma poderosa maravilha, e uma prova não só da força do pintor como de seu profundo amor pela qual ele pintava tão insuperavelmente bem. Finalmente, como o trabalho se aproximava de sua conclusão, ninguém mais foi admitido no torreão, pois o pintor enlouquecera com o ardor de sua obra, raramente desviando os olhos da tela, mesmo para olhar o rosto de sua esposa. Nãoqueria ver que as tintas que espalhava na tela eram tiradas das faces da que posava junto a ele. E quando muitas semanas nocivas se passaram e pouco restava a fazer, salvo uma pincelada na boca e um tom nos olhos, o espírito da dama novamente bruxuleou como a chama no bocal da lâmpada. Então, a pincelada foi dada e o tom aplicado, e, por um momento, o pintor se deteve extasiado diante da obra em que trabalhara. Porém, em seguida, enquanto ainda a contemplava, ficou trêmulo, muito pálido e espantado, exclamando em voz alta: ‘Isto é de fato a própria Vida!’ Voltou-se repentinamente para olhar sua amada: – Estava morta!”


Minha continuação, por Amanda Vieira.
"O Retrato Oval"


O pintor ficou completamente absorvido com a obra que acabara de criar, e exclamou admirado.
-Mais isto é a própria vida!.
Ele se virou pra olhar a face da mulher amada, e que acabava de retratar.
-Rose...Rose- Ele se ajoelhou ao lado de onde ela estava dormindo e chamou- amor .. acorda- ele continuou chamando e esperando uma resposta achando que ela estava só dormindo.
Ele continuou chamando-a e não, obtendo resposta começou a se desesperar, e gritou para os empregados que viessem o ajudar a socorrer a senhora que jazia inconsciente, em seus braços. 
Assim que os empregados chegaram esses mesmo, constataram que está estava morta, pois dia após dia vinha definhando, aos olhos de todos menos ao do marido, que continuava criando o quadro perfeito.


Três dias depois.


O pintor exausto, física e emocional-mente, depois do enterro da sua musa, foi para o quarto onde sua criação estava fixo na parede de frente para a cama.
Deitado na cama de frente para o quadro clamou por respostas.
-Por que Rose... porque?
-Porque você amou mais um retrato do que a mim.
Foi a resposta surrada da sua esposa morta que vagou pelo quarto. Fazendo que seus pelos do pescoço se arrepiassem.
-Rose...onde está você amada?. Eu te enterrei hoje!
-Sim você me enterrou, mais vou vagar pela eternidade, pela sua estupidez.
-Rose... perdoá-me por não ter te amado como devia e quando descobria a força do amor, não pode-lo compartilhar com você.
-Viva com as conseqüências, vou estar com você mais também você já mais me terá.
-Rose...
-Contente-se com seu quadro pois além da minha voz é só nele que me verá. Você me destruiu com seu egoísmo, e busca pela perfeição.  
-Rose me per-doe!- o pintor grita para o retrato.
-Com uma condição...
A voz dela ressoá pelo quarto perigosa, e cheia de significados.
-Qualquer coisa pelo seu perdão minha musa, qualquer coisa.- ele diz esperançoso. 
-Destrua o retrato...- a voz dela é sussurrada, e cheia de coisas não ditas.
-Não isso não, só com isso posso lembrar que eu tive a perfeição e a perdi por estupidez- ele diz- e sem você minha vida não tem sentido, Rose sem você a arte não me inspira, sem você minha musa não sou nada!- ele diz pegando uma arma e atirando em sua cabeça e acabando com sua vida.
- Nãooooooo....- a voz do fantasma de Rose gritou desesperado- não não.!


Ela gritou com tamanha intensidade que sua suplica foi ouvida por todo o lugar.
Rose não queria, a morte do seu amado e sim a destruição do quadro que aprisionou sua alma, e a capacidade de se perdoar do homem que amou, para ela descansar e para ele voltar a amar e fazer que mais gostava, pintar.

O Retrato Oval


By: Mandy